Seria o Tele Transporte possível?
- Otávio B.
- 16 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
Com a explosão de filmes de ficção científica o homem se acostumou com a ideia de que não há barreira tecnológica que não podemos ultrapassar. Alguns seriados da televisão americana, como a aclamada série “Prison Break” filmada em 2006, são a prova de que se seus diretores tivessem esperado um pouco mais para filma-las, teriam que recriar seu enredo, pois a tecnologia mudou tão depressa que as ações realizadas por seus personagens hoje são vistas como exageradas ou desnecessárias por mãos que manuseiam smartphones e usam GPS, Global Positioning system – Sistema de Posicionamento Global – com simples toques de dedos.

Dentro deste contexto, torna-se difícil encontrar um limite simples para o que não se pode alcançar com a ciência. Uma das fantasias mais comuns da ficção cientifica é o tele transporte. Seria então, flanqueado pelos conhecimentos científicos mais avançados, o tele transporte possível? A ideia de mudar de lugar sem precisar viajar é muito sedutora. Imagine ir para as praias do Hawaii depois do trabalho, ou para a lua de Plutão, Caronte, para estuda-la de forma instantânea, sem se preocupar com o que levar, pois se pode voltar também instantaneamente.
Primeiramente vamos abordar o tema de forma física, aonde nosso corpo é formado células, e células são formadas por moléculas, que por sua vez são constituídas por átomos, e estes átomos estão em estados de agitação particulares conhecidos como estado quântico, que é basicamente o estado energético destes átomos em determinado momento. Realocar informação de um local para o outro não é tão simples como soa em Star Trek, quando o Capitão Kirk da a ordem ao operador e seu corpo simplesmente se materializa no local planejado. O tele transporte consiste em desintegrar-se em um local e ser instantaneamente remontado em outro, com átomos daquele local, em suas mesmas posições em relação aos outros em suas respectivas moléculas, em seu local específico do corpo, e isso deve ser feito sem a menor perturbação, pois qualquer energia de fora poderia tirar um destes átomos de seu curso formador do corpo viajante e o processo poderia ser desastroso e quando lidamos com este tipo de viagem de forma filosófica, os problemas soam ainda mais delicados.
A Teoria da Mente é a capacidade humana de atribuir a si mesmo estados mentais, como intenções, desejos, metas, crenças e a de compreender que os outros têm uma mente separada, plenamente capacitada a funcionar da mesma forma que a própria mente. A Teoria da mente também prevê que a mente não é diretamente observável, de forma que cada ser humano intui a própria existência e indiretamente a existência da própria mente pela introspecção, sendo incapazes de acessar as mentes um dos outros. Isso tudo ligado ao fato de que a mente está ligada a um corpo que a contém de forma contínua. Dessa forma, caso o tele transporte fosse possível e por falta de palavra melhor, se suicidaria de um lado e se renasceria do outro, e, por este lado, seria aquele você?
Se você acredita que as informações que seu corpo carrega em seus átomos é a única coisa que define você como ser, então sim, o tele transporte é uma teoria possível para visitar outros lugares e acumular memórias em seu cérebro. Agora, imaginando-se que a clonagem também fosse possível e um corpo com as mesmas memórias que você viveu fosse formado à sua frente, mesmo que ele fosse idêntico a você em todos os aspectos, ele não seria você de fato mesmo se tivesse todas as suas memórias, correto?
Dessa forma, por inúmeras barreiras tecnológicas e científicas, o tele transporte ainda não é possível, e quando for, provavelmente só será para envio de objetos inanimados, cuja constituição é mais simples e concreta, com localizações espaciais atômicas menos sensíveis à erros e sem nenhuma problemática filosófica envolvendo sua existência.
Mas fica a pergunta: se o tele transporte fosse possível, e fosse permitido a pessoas viajarem através do espaço, você iria?
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