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Cientistas decifram como o lagarto Gecko se segura em quase qualquer superfície

  • Otávio B.
  • 16 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura

O lagarto Gecko é reconhecido por subir em quase qualquer tipo de superfície lisa. E isso intriga os cientistas desde muito tempo atras. Algumas pesquisas tentaram provar que sua adesão era por eletrostática, porém, em 1934, o engenheiro químico W.D. Dellit fez um teste aonde punha os Geckos escalando uma superfície metálica, e os irradiou pelo ar com Raios-X, o que neutralizaria qualquer tipo de carga presente na superfície, e tudo o que estivesse grudado a ela por diferença de potencial eletrostático deveria cair.

Porém, os Geckos permaneceram grudados, e durante um tempo, os cientistas acreditaram que não haviam forças elétricas envolvidas no processo.

Algum tempo depois os cientistas questionaram se realmente os Raios-X deveriam ter desestabilizado os Geckos, uma vez que a lacuna entre suas patas e a superfície não deve ser suficiente para a passagem da onda.

Tambem, a pouco mais de uma década atras, novamente os cientistas foram atraídos pelos Geckos, e provaram que sua adesão se valia das fracas forças de van der Walls, entre os bilhões de pequenas espatulas e a superfície. Temporariamente, trocando eletrons entre as moléculas das espátulas e as moléculas de pedra, vidro, ou qualquer outro material, o animal conseguiria se manter agarrado à superfície de acordo com a pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Um estudante da universidade de Waterloo, Izadi, fez um teste com os Geckos agarrados a dois tipos de superfície, Teflon, reconhecidamente uma substância com pouco poder de adesão em panelas e um tipo de silicone, um polydimethylsiloxane. Pela sua estrutura química, ambas as substância deveriam ter as mesmas interações de van der Walls com os pés do Gecko, e a partir dai o mesmo nível de adesão dos lagartos à superfície. Mas os resultados mostraram algo surpreendente, aonde os lagartos na verdade se ligavam com duas vezes mais força à superfície de Teflon, o que Izadi e seus colaboradores reportam no Journal of the Royal Society.

Depois, os pesquisadores examinaram se as forças eletrostáticas poderiam realmente ser contadas nesta discrepância medindo as cargas entre os dois polimeros e a superfície dos pes dos Geckos. Os pés dos animais e os polímeros estavam neutros antes de tocarem a superfície, porém, no momento do contato, eletrons saltaram dos pés dos lagartos para a superfície, carregando os polimeros negativamente e deixando os pés positivos.

Os cientistas então estão clamando que "As interações eletrostáticas são dominantes e não podem ser ignoradas pelos cientistas.

Há, porém, quem se mostre cético com relação a essa conclusão, uma vez que elas "provavelmente estão erradas" diz o biólogo Kellar Autumn do Lewis and Clark College em Portland, que lidera as pesquisas em torno das ligações de van der Walls mencionadas. Ele aponta que os Geckos se aderem a superfícies aonde cargas não se acumulam, como barras de aço e debaixo d'agua, e defende sua pesquisa dizendo que " Essas observações demonstram que não há necessidade de eletrificação por caontado para forte adesão".

O cientista engenheiro elétrico Ronan Fearing da Universidade da Califórnia, Berkeley também concorda com as ligações de van der Walls, mas diz "As vezes encontramos situações aonde a eletrostática é mais forte que as forças de van der Walls", diz ele, se referindo às situações apresentadas nos polímeros.

 
 
 

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